domingo, 5 de junho de 2011

PROGRAMA PARA MILITAR COMPRAR CASA? É PIADA "NÉ"? E DE MAU GOSTO!


Estes dias estava eu perambulando pelos sites militares, quando me deparo com um link no site oficial do Exército Brasileiro com a seguinte chamada: "PROGRAMA MEU PRIMEIRO IMÓVEL".

O referido programa foi criado pela FHE/POUPEX, instituição financeira ligada ao Exército. Sim nobres leitores, vocês não leram errado, ela é ligada ao Exército. Tanto é que seus funcionários de escalão gerencial para cima, são todos Oficiais da Reserva Remunerada do prórpio Exército (e seus atos administrativos são publicados no Boletim da Força). Ficou com dúvida? Clique AQUI.  Se continuar com dúvidas, visite uma das FILIAIS e pergunte o nome do responsável. Retomando meu raciocínio, a citada instituição "criou" esse programa para que "militares do Exército e seus pensionistas pudessem ter uma oportunidade de adquirir a casa própria".

Não quero dar um "ar" de negatividade à esse programa de financiamento de imóveis, mas fico me perguntando:

"Para que servirá um programa de finaciamento de imóveis, onde o público alvo tem como característica profissional, ser transferido diversas vezes durante sua carreira?
E com o agravante de não receber auxílio-moradia e de ter o salário bem abaixo dos demais servidores federais.
O valor que poderia ser destinado para uma parcela mensal para aquisição de um imóvel, é desviado para um aluguel."


Não quero também gerar polêmicas, mas se há um público que conseguirá financiar um imóvel, esse são os Oficiais. Com certeza eles sim! Pois possuem o privilégio de conseguir transferências de 2 em 2 anos com valores muito mais altos e onde se apresentam, o PNR (casa do Exército) não demora muito para sair. Morar em PNR se torna mais econômico, pois está abaixo de um aluguel e se localiza perto dos quartéis. Mesmo assim, não acho que eles tenham tanto conforto quanto gostariam de ter, para si e seus familiares.

Já no caso dos Subtenentes e Sargentos, estes quando são transferidos, em sua grande maioria é contra a vontade e para Guarnições que não desejam. Isso vem agravado com o intervalo para pedir transferência, que é maior, e a indenização da mesma, que é muito menor. Conclui-se que as praças graduadas, se forem usufruir deste programa, somente o farão perto da passagem para a Reserva. E ainda tem o grave cenário de não haver PNR para a maioria absoluta (90%).


Se for pensar nos Cabos e Soldados então... coitados! O Exército está literalmente "cagando e andando" para suas vidas, pois na realidade são uma mão de obra barata e rotativa. Incluo nesse item os Sargentos Temporários. Excluo os Oficiais Temporários, pois ao irem embora com mais de 40 mil em indenização de Compensação Pecuniária, acho que já dá pra começar a financiar algo. E o salário mensal destes últimos dá pra viver bem na maioria do país (exceto no Distrito Federal). Se o salário dos militares tivesse um piso de 2.500 de soldo a partir do Sd, a evasão seria bem menor. Mas o governo só sabe aumentar o fluxo de trabalho.

Bem caros leitores, não é minha intenção polemizar a presente questão, pois tratando-se de uma Força Secular como o Exército, não adianta reclamar porquê o sistema sempre foi assim, e não vale a pena "dar murro em ponta de faca". Porém, para o cidadão que há em mim, esse programa é uma falta de inteligência administrativa. Somando a falta de PNR à ausência de auxílio-moradia e aos menores salários da esfera federal, é uma falta de inteligência estratégico-política.

Pagar mal um Exército em tempos de paz é fácil. Quero ver a situação se houver uma Guerra.

Outro ponto, é que tenho a impressão de que algumas pessoas bem poderosas e influentes ganham muito dinheiro com o fato dos militares passarem apertos financeiros. Como por exemplo, as financeiras, em expecial a referida acima. Afirmo com muita certeza que A MAIORIA ABSOLUTA DOS MILITARES DE CARREIRA VIVEM DE EMPRÉSTIMO.


Concluindo, o VERDADEIRO CAOS CAMUFLADO que paira em todos os quartéis, este é culpa dos comandantes (principalmente Generais) omissos, coniventes, individualistas e que esperam um "tapinha nas costas" na passagem para Reserva, juntamente com um cargo de assessoria em algum orgão ligado aos políticos que neste exato momento sucateiam nossas FA e massacram a família militar. Não é possível, mas deve haver algum "contrato" assinado na época do fim da "ditadura", com termos bem obscuros para os militares.

Um comentário:

  1. Fico feliz que alguem se importe deste modo com os militares.
    A matéria tem um que de distorçao, mas a ideia central esta absolutamente correta...
    Se os militares mais antigos nao pensarem nos mais modernos, nossa força começra a andar para tras em poucos anos...

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